Agora que você já sabe a diferença entre microbiota e microbioma, eu vou te contar um pouco sobre o microbioma humano, mais especificamente sobre o intestinal.
Atualmente, os cientistas determinaram que pressões ambientais como dietas, uso prolongado de antibióticos e atividades físicas, por exemplo, podem impactar na diversidade da microbiota intestinal. As consequências podem ser benéficas ou maléficas.
Apesar dessas variações, elas seguem um determinado padrão, denominado filosimbiose. Esse termo reflete a correlação ente as relações filogenéticas e a composição do microbioma.
Dessa forma, determina a similaridade entre os táxons microbianos presentes em cada espécie. Nós, humanos, temos uma microbiota intestinal diferente dos chimpanzés. No entanto, se compararmos a microbiota intestinal humana com a de chimpanzés e camundongos, por exemplo, ela certamente será mais parecida com a dos referidos primatas.
Do ponto de visto evolutivo, quando analisamos esses padrões e entendemos os mecanismos pelos quais eles se estabelecem, podemos traçar as trajetórias evolutivas do hospedeiro. Inclusive, a influência desses microrganismos simbiontes é tão grande que a expressão dos nossos genes pode ser considerada a expressão combinada entre os genes hospedeiros e genes dos simbiontes.
Em outras palavras, podemos considerar a co-evolução de hospedeiros-microrganismos! Um resultado provável, desse mecanismo, é a coadaptação entre as espécies que, no caso, resulta na interação benéfica entre microrganismos intestinais e humanos.
Do ponto de vista prático, a caracterização dos mecanismos que regem as configurações do microbioma intestinal humano, pode evidenciar caminhos pelos quais podemos interferir em prol da nossa saúde.
Esses e os futuros conhecimentos dependem fortemente das modernas técnicas de sequenciamento, análise moleculares e ferramentas computacionais. A biotecnologia é o futuro da saúde!
Referências
DAVENPORT. E. R. et al. The human microbiome in evolution. BMC Biology, v. 15, n˚127, 2017.
MALLOTT, E. K; AMATO, K. R. Host specificity of the gut microbiome. Nature Reviews. Microbiology, v. 19, 2021.
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