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Foto do escritorBianca Peres

Por que os microrganismos formam biofilmes? Parte 4

Se compararmos as condições dos ambientes naturais ou até mesmo do corpo humano com as condições de crescimento de microrganismos em laboratório, é evidente que o ambiente artificial representa condições ideais em termos de fatores bióticos e abióticos.


Se consideramos que a maioria dos microrganismos cresce de maneira planctônica em cultivos laboratoriais, seria, o biofilme, o modo de vida padrão? De acordo com essa hipótese, a presença de um substrato adequado para adesão seria o único elemento requerido para a formação do biofilme.


Já foi demonstrado que imediatamente após a adesão inicial, ocorrem mudanças na regulação de genes que levam à produção do biofilme. Dessa forma, e de maneira similar às células eucarióticas, células bacterianas possuem sistemas sensoriais de superfície que induzem sinais intracelulares. Esses, por sua vez, causam mudanças transcricionais e morfológicas.


Esses mecanismos não são totalmente compreendidos, mas alterações na osmolaridade, sobre as superfícies sólidas podem ser importantes estímulos para as bactérias reconhecerem as superfícies. Isso é evidenciado pela relação entre o sistema de percepção da osmolaridade ambiental e a expressão do ácido colânico (um exopolisacarídeo) e da proteína curli (fibras extracelulares com papel na aderência).


De maneira geral, o biofilme como modo padrão de crescimento bacteriano, pelo menos para algumas espécies, sugere que devêssemos inverter a pergunta “Por que as bactérias formam biofilmes?” para “Porque as bactérias apresentam o modo planctônico?”.

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