Sou apaixonada por vinhos. Não entendo nada! Só sei beber mesmo.
E quem gosta, certamente, não fica nada feliz em “perder” o vinho que ficou na geladeira.
Por que isso acontece? Você sabe? Para explicar, começo contando uma história…
“Em 1863, o famoso Pasteur foi contratado por produtores de vinhos para desvendar porque os seus produtos estragavam tão rapidamente. Nessa época ele já sabia que a fermentação alcoólica era um processo responsável por transformar os açúcares em álcool na AUSÊNCIA DE AR.
Vale lembrar que, nesse momento histórico, Pasteur já havia refutado a teoria da geração espontânea. Já era famoso, um pesquisador consagrado.
Analisando o vinho, ele percebeu que nos vinhos estragados, além das leveduras responsáveis pelo processo de fermentação, havia também outros organismos. Bactérias que também podiam ser encontradas no ar. Ademais, eram esses microrganismos os responsáveis pela transformação do álcool em ácido acético.
Voilà! O famoso gosto de vinagre no vinho (Vinagre contém ácido acético e o ácido é o responsável por aquele cheiro penetrante, vulgo ruim!)
Bom, problema parcialmente resolvido. Agora era preciso eliminar os agentes que causavam tamanho disparate. E mais! Sem alterar o sabor do vinho.
Foi então que ele descobriu que ao aquecer o mosto entre 50–60 °C, por um certo tempo, na ausência de ar, o vinho poderia ser conservado por mais tempo. Nascia assim, a técnica utilizada até hoje e que revolucionou a indústria de bebidas. A pasteurização.
Ué, a temperatura não mata as leveduras? SIM. Pasteur, no entanto, colocava novamente, no vinho pasteurizado, o mosto dos vinhos que não estavam degradados e que continham muitas leveduras felizes e prontas para agir.
O segredo, portanto, é vedar bem a garrafa, usar alguns apetrechos que tiram o ar da garrafa ou chamar um amigo para beber junto e não sobrar nada!
Texto escrito em parceria com Lavinia Dal’Mas Romera
Referências
RESENDO GOMES, Tiago. Louis Pasteur — Um humanista do séc XIX. Orientador: Judite de Freitas. 2016. 57 pgs. Dissertação (Mestrado) — Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2016.
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